02/01/2012

Ana Botafogo

                 A história de uma carreira de sucesso desenhada na ponta dos pés...
                                  Ana Botafogo, primeira-bailarina do Teatro Municipal do Rio de
                            Janeiro desde 1981, ano que ingressou
                                Na   importante  companhia de dança brasileira após ser aprovada
                           num concurso público, é dona de uma carreira  repleta de conquistas
                           importantes.
 



                 Apesar de nunca ter imaginado que sua estrela brilharia tanto,
           Ana afirma que  a dança sempre foi a coisa mais importante em sua vida.
Sua seriedade e comprometimento com a profissão a levaram a superar todo o tipo de
         obstáculos. Com seu carisma, a bailarina contagia seu público e inspira jovens
          bailarinas do país inteiro quando enche o palco com sua dança e magia.
         Ana Botafogo iniciou seus estudos de ballet clássico ainda pequena
           em sua cidade natal, mas foi no exterior que ela complementou
            sua formação. Na Europa freqüentou a Academia Goubé
             na Sala Pleyel, em Paris (França), a Academia Internacional
           de Dança Rosella Hightower, em Cannes (França) e o Dance
          Center-Covent Garden, em Londres (Inglaterra).
          Foi na França, mais precisamente na Ballet de Marseille,
         do famoso coreógrafo Roland Petit, que a bailarina brasileira
           dançou como profissional pela primeira vez. Suas performances
          no exterior incluem participações em festivais em Lausanne (Suíça),
           em Madrid (Espanha), realizado em comemoração aos 500 Anos do 


     


De volta ao Brasil no final da década de 70, a bailarina ainda muito jovem, foi nomeada Bailarina Principal do Teatro Guaíra (Curitiba-PR), da Associação de Ballet do
 Rio de Janeiro e, em 1981 juntou-se ao balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Ao longo de sua carreira, Ana Botafogo já interpretou os papéis principais de
 todos as mais importantes obras do repertório da dança clássica. Destacam-se suas performances em produções completas como Coppélia, O Quebra Nozes, Giselle
, Romeu e Julieta,
 Don Quixote, La Fille Mal Gardée, O Lago dos Cisnes, Floresta Amazônica, A Bela
 Adormecida
, Zorba o Grego, A Megera Domada e Eugene Onegin. A bailarina também levou
para diversas
 capitais brasileiras os espetáculos ''Ana Botafogo In Concert'' e
''Três Momentos do Amor''.
Em 1995, na qualidade de ''étoille'' convidada da Companhia de Opera Lodz
 (Polônia), interpretou o papel feminino do Ballet Zorba, O Grego, dançando em
 várias
cidades do Brasil. Ana dançou como artista convidada de importantes Companhias
de Ballet,
tais como: Saddler’s Wells Royal Ballet (Inglaterra), Ballet Nacional de Cuba
(Cuba), Ballet del
 Opera di Roma (Itália), entre outras.Entre seus partners internacionais estão
 os mais
 expressivos nomes da dança mundial como Fernando Bujones, Julio Bocca,
David Wall, Desmond
 Kelly, Cyril Athanassof, Alexander Godunov, Richard Cragun, Jean-Yves Lormeau,
 Lazaro Carreño, Tetsuya Kumakawa, Yuri Klevtsov, José Manuel Carreño e
Slawomir Wozniak.
Mas suas sapatilhas conquistaram muito mais que calorosos aplausos ao redor
 do Brasil e do mundo. A bailarina foi presenteada pelo Governo dos Estados Unidos da
América do Norte, por intermédio Comissão Fulbright e do Governo da
 Inglaterra, com bolsas
 de estudo para aperfeiçoamento da dança.
Entre os muitos títulos que recebeu do governo do Rio de Janeiro estão o
 de Embaixatriz da Cidade do Rio de Janeiro e o de Benemérito do Estado do
 Rio de Janeiro.
  
O Ministro da Cultura da República Francesa nomeou-a em 1997 ''
Chevalier Dans L'Ordre des Arts
et des Lettres'' e em 1999, o Ministério da Cultura do Brasil outorgou-lhe o
 Troféu Mambembe
referente ao ano de 1998, pelo reconhecimento ao conjunto do trabalho e
 divulgação da dança
 em todo o território nacional. Em dezembro de 2002 recebeu do Ministério
da Cultura a
Ordem do Mérito Cultural, na classe de Comendadora, por ter se distinguido
por suas relevantes
contribuições prestadas à cultura no país,e em agosto de 2004
recebeu a Medalha de Mérito Pedro
 Ernestro da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Ana Botafogo é considerada, tanto pelo público como pela crítica, uma das
mais importantes bailarinas brasileiras  

BAILARINA QUE PISA NO CÉU

Bailarina que pisa no céu
Mais leve que um  papel
Leva os sonhos do mundo
Ao mundo belo da arte de bailar.
Deixa o palco e corre nas ruas,
Acentua o passo firme
Em cima da sociedade
E gira em sentido da verdade.

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem

Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem

Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem

Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...
Só a bailarina que não tem......                                                                                                                                                   




      
         Um, dois, três e quatro,
Dobro a perna e dou um salto,
Viro e me viro ao revés
e se eu caio conto até dez.

Depois, essa lenga-lenga
Toda recomeça.
Puxa vida, ora essa!
Vivo na ponta dos pés.

Quando sou criança
Viro orgulho da família:
Giro em meia ponta
Sobre minha sapatilha.

Quando sou brinquedo
Me dão corda sem parar.
Se a corda não acaba
Eu não paro de dançar.

Sem querer esnobar
Sei bem fazer um grand écart.
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plié.

Sinto de repente
Uma sensação de orgulho
Se ao contrário de um mergulho
Pulo no ar num gran jeté.

Quando estou num palco
Entre luzes a brilhar,
Eu me sinto um pássaro
A voar, voar, voar.

 Toda bailarina pela vida vai levar
Sua doce sina de dançar, dançar, dançar...